O grupo teatral independente “Dupla Companhia” está realizando em Tatuí o projeto “Práticas de Liberdade – Educação Antirracista”, uma formação gratuita destinada a professores da Rede Municipal de Ensino. A iniciativa é contemplada pelo Programa Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Ministério da Cultura do Governo Federal e Prefeitura de Tatuí, e conta com o apoio da Secretaria Municipal de Educação.
Os encontros, iniciados em 25 de setembro, acontecem no auditório do Núcleo de Educação Básica Municipal “Ayrton Senna da Silva” (NEBAM) e seguem até esta quinta-feira (9/10), totalizando 20 horas de atividades formativas, distribuídas em sete encontros presenciais.
O projeto tem como objetivo instrumentalizar educadores para a implementação de práticas pedagógicas antirracistas no ambiente escolar. Nos encontros, os participantes aprofundam reflexões sobre as Leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008, que estabelecem o ensino da história e da cultura afro-brasileira, africana e indígena nas escolas, além de debater temas como racismo estrutural, identidade, currículo e pertencimento.
A formação é conduzida por Rafaele Breves, atriz, educadora e idealizadora do projeto “Minhas bonecas negras”, reconhecido por promover a valorização da autoestima e da representatividade da população negra desde a infância. “Esta é uma proposta de escuta, partilha e transformação. Acreditamos que a escola é um espaço fundamental para que a memória ancestral e a diversidade racial ocupem o centro das práticas pedagógicas cotidianas”, destaca Rafaele.
A realização desta formação representa um avanço no compromisso de Tatuí com a construção de uma educação pública antirracista, inclusiva e plural, reafirmando o papel da cidade como referência em políticas culturais e educacionais voltadas à diversidade.
Reconhecida por investigar as relações entre memória, território e identidade, a “Dupla Companhia” foi certificada em 2025 como Ponto de Cultura, ampliando sua atuação em projetos que conectam arte, educação e políticas públicas. O grupo, indicado ao Prêmio Cenym de Melhor Companhia de Teatro, possui uma trajetória marcada por criações como “As três Marias” (2022), “Nise em nós” (2025) e “Laudelina” (2025), que integram a Trilogia Memória.