A Sala de História do Museu Histórico “Paulo Setúbal”, da Prefeitura de Tatuí, recebeu, na última quinta-feira (19/08), o encontro on-line “O Teatro de Tatuí e os 45 anos do Setor de Artes Cênicas do Conservatório de Tatuí”, realizado em parceria com o Conservatório local, com o intuito de homenagear grandes nomes do cenário teatral da cidade, com depoimentos e bate-papo. O evento foi transmitido ao vivo pelas redes sociais.
O primeiro homenageado foi o historiador Renato Ferreira de Camargo, que em seu livro “Achegas para a História Tatuiense”, publicado em 2000, dedicou um dos capítulos à memória do teatro de Tatuí, com 23 páginas enriquecedoras a respeito da importância do setor para a cidade. O início do encontro foi realizado com citações do historiador e, em seguida, aconteceu uma homenagem ao Dia Mundial da Fotografia, com fotos de espetáculos produzidos pelo Setor de Artes Cênicas do Conservatório de Tatuí, pelos fotógrafos: Victor Hugo da Costa Pires, Kazuo Whatanabe, Débora Holtz, Pablo Ruiz, Paulo Rogério Ribeiro (Preto) e Rodrigo Rodrigues.
A cerimônia foi realizada de forma híbrida e o primeiro a se pronunciar foi o ex-diretor executivo do Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos” de Tatuí, José Coelho de Almeida, que, em sua gestão, em 1976, instituiu o curso de Artes Cênicas na instituição, com a contratação do diretor teatral Moisés Miastkwosky. Em sua fala, relembrou as dificuldades da produção da primeira montagem que envolveu alunos do curso de iniciação teatral, “Antígona”, de Sófocles, em que, por várias vezes, ele foi chamado em uma sede militar para justificar a montagem. Além disso, José Coelho ressaltou que o Museu sempre apoiou as atividades do Conservatório de Tatuí. “Nos dias atuais, isso foi uma verdadeira maravilha, pois permitiu respaldo financeiro e político para o desenvolvimento do Setor”. O maestro comentou, também, que devido a relevância do Conservatório ao Setor Cultural e Artístico do Estado de São Paulo, o Decreto Estadual nº 18.434, de 15/02/1982, oficializou o FETESP – Festival Estudantil de Teatro do Estado de São Paulo. Ele ainda descreveu nomes de grande importância para o alicerce do Setor de Artes Cênicas em Tatuí, tais como: Renato Consorte; Renata Palotini; Marcos Caruso; Jussara Freire; Terezinha Miranda; e Elvira Gentil.
Na sequência, o casal de atores formados pelo Setor de Artes Cênicas, o tatuiano Paulo Jordão e Melissa Nascimento, descreveram o auge dos anos 90, em que Antônio Mendes e Carlos Ribeiro (ambos homenageados pelo Museu pela rica colaboração no desenvolvimento cultural da cidade) retornaram, em 1992, com o FETESP e criaram o FEMUTESTA (Festival Municipal de Teatro Estudantil de Tatuí), além de estruturarem o Setor de Artes Cênicas dividindo-o entre infantojuvenil e adulto.
A atriz, professora e maquiadora, Dalila Ribeiro, em sua participação on-line, disse que o Setor de Artes Cênicas do Conservatório de Tatuí deu voz “àquela menina quieta, que ficava num canto”, aprendendo com o teatro a se expressar. Ela também relembrou a luta árdua de Mendes e Carlos na formatação de um espaço físico para as aulas de teatro e na sensibilidade que tinham em compreender o papel de cada um dos profissionais no Setor.
O cenógrafo e artista plástico, Jaime Pinheiro, descreveu a construção do prédio do Teatro que “era monumental” e, depois, o seu envolvimento com o Setor de Artes Cênicas, exaltando os 35 anos da Ópera “A Peste e o Intrigante”, que será em setembro e que foi estruturada envolvendo a sociedade tatuiana: nas esculturas e máscara, com Mário Gallego e Acassil; nos figurinos, com Jorge Rizek; na direção, com Moisés; na cenografia, com ele; e com um convite feito pelo maestro Neves.
No encerramento da noite, o gerente artístico-pedagógico do Setor de Artes Cênicas do Conservatório de Tatuí, Antônio Salvador Beatriz Antunes, fez suas considerações finais sobre a programação de volta às aulas do Setor e, por fim, a Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí se apresentou, findando o encontro.
Outras personalidades do teatro tatuiano, expressaram gratidão aos trabalhos exercidos pelo Setor: o ator e figurinista, Carlos Alberto Agostinho; a diretora e atriz, Paula Fernanda, da Trupe Garagem & Cia; a tatuiana, que atualmente reside em Piracicaba, Fernanda Xavier; e o ator e professor, André Luís Camargo, que durante a pandemia criou o perfil no Instagram “Memórias do Setor 45 anos” (https://www.instagram.com/memoriasdosetor45anos/), para salvaguardar a história do Setor.
O encontro virtual “O Teatro de Tatuí e os 45 anos do Setor de Artes Cênicas do Conservatório de Tatuí” pode ser prestigiado no Canal do Museu no Youtube (https://bit.ly/3gqT1ya).