Atividades relacionadas à exposição “Ocupação Expedycto Lyma”, que está em cartaz desde a última sexta-feira (4/8) no Museu Histórico “Paulo Setúbal”, da Prefeitura de Tatuí, acontecerão em dois sábados deste mês de agosto no mesmo local.
A primeira delas será a exibição de Sentimento Mortal (2001-2002, Expedycto Lyma), neste sábado (12/8), às 15h, com apresentação do curador Felipe Abramovictz. A obra apresenta um verdadeiro bangue-bangue, com muita adrenalina no estilo range policial. A disputa entre dois amigos justiceiros, Severiano e Diego Severo, quando o filho de Diego assassina a esposa de Severiano.
Depois, no último sábado do mês (26/8), às 15h, haverá a exibição de O Filho de Dioguinho, (1981, Expedycto Lyma), seguida de uma conversa com o curador Felipe Abramovictz sobre a obra de Expedycto. O filme conta uma história baseada nos casos de Dioguinho, o matador. Uma rixa antiga envolve o amor de Dioguinho Jr e Marina: o pai dela, o coronel Tibúrcio é o bandido que matou seu pai. Muito amor, muitos tiros e muita ação!
A participação do público é gratuita. O Museu Histórico “Paulo Setúbal” está situado na Praça Manoel Guedes, n° 98, Centro. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (15) 3251-4969 ou pelos e-mails educativo.paulosetubal@gmail.com e museupaulosetubal@gmail.com.
SOBRE A EXPOSIÇÃO
A abertura oficial de “Ocupação Expedycto Lyma” contou com o pronunciamento do diretor de Cultura e gestor do Museu, Rogério Vianna, bem como do curador da exposição, Felipe Abramovictz. Amigos e familiares prestigiaram a noite, que foi abrilhantada pelos cururueiros de Tatuí (Rubinho, Josué Pereira e Dito Leiteiro).
Logo após, foi realizada a leitura de poemas e a exibição de “O Misterioso Senhor Moretti” (1980, Expedycto Lyma), com cenas filmadas no Museu “Paulo Setúbal”. Expedycto Lyma esteve presente na sessão do filme que narra a história misteriosa e de terror, onde, para conquistar sua amada, Rogério procura um homem conhecido por arranjar a vida de muita gente com seus poderes diabólicos, o Senhor Moretti. Mas, uma vez feito, não pode ser desfeito!
A exposição “Ocupação Expedycto Lyma” propõe um percurso pela trajetória do cineasta e artista circense Expedycto Lyma, nascido em Tietê e radicado em Tatuí. Trata-se de um raro documento da obra de um criador popular brasileiro que, a partir de recursos próprios e inquebrantável tenacidade, soube percorrer o Estado de São Paulo com seu circo-teatro (entre o fim da década de 1960 e os anos 1970) e com seu cinema ambulante (após 1979).
Todo o trabalho foi concebido tendo como base de pesquisa as entrevistas realizadas pelo pesquisador Felipe Abramovictz desde 2020. A iniciativa permitiu ações de recuperação do acervo pessoal do artista, o que incluiu catalogação completa, recuperação e digitalização do seu arquivo em película e em vídeo; bem como de seus manuscritos, que incluem poesias, letras de músicas e, especialmente, suas peças teatrais.
Além da curadoria e pesquisa de Felipe Abramovictz, a exposição tem cenografia de Jaime Pinheiro; programação e produção de Luna Alkalay; produção executiva de Deco Gedeon; design gráfico de Victória Lobo; e apoio cultural de jornal O Progresso de Tatuí.
“Ocupação Expedycto Lyma” estará em cartaz até 30 de setembro e pode ser vista, gratuitamente, de terça-feira a domingo das 9h às 17h.
SOBRE EXPEDYCTO LYMA
Produtor, poeta, roteirista, diretor, ator, diretor de arte, técnico de efeitos especiais, trilheiro, divulgador, bilheteiro e sobretudo um artesão da cena. Expedycto Lyma realizou mais de 20 longas-metragens, 10 deles em super-8 (entre 1979 e 1984), o que o torna o mais profícuo realizador do País na bitola em longas-metragens de ficção.
Com extensa trajetória no circo-teatro, foi dono de companhia, ator, dramaturgo, atuou como palhaço (quando recebeu as alcunhas de Alemão e Polaco) e, além disso, exerceu a profissão de marceneiro para garantir o sustento. Estes diferentes ofícios, porém, não se dissociam em nenhum momento do seu fazer artístico e são parte do seu modo de pensar o cinema, questão essa que tem como ponto chave o “pavilhão” por ele construído para, de forma circulante, exibir seus filmes em bairros distantes do centro urbano. Essas sessões eram por vezes precedidas de números cômicos nos quais o próprio Expedycto entrava em cena. Após alguns anos dedicado ao teatro, o artista voltou a filmar em VHS no fim dos anos 1990, quando teve que buscar novas maneiras de viabilizar sua produção, sempre com auxílio de amigos, entusiastas do seu cinema e antigos parceiros de cena dos tempos do circo.