Mais uma edição da tradicional “Noite da Seresta com Ternura – 10 anos”, com o Grupo “Seresteiros com Ternura”, acontece nesta sexta-feira (22/9), às 19h, no Museu Histórico “Paulo Setúbal”, da Prefeitura de Tatuí. O projeto foi contemplado pelo 3º Festival de Arte e Cultura de Tatuí e integra a programação da “17ª Primavera dos Museus”.
A seresta – gênero musical tão amado e apreciado pelos tatuianos – ficará sob a responsabilidade de Maria Inês Camargo, na voz e no afoxé; Pedro Adilson Pavanelli, no violão; Paulo Rita Aguar, no cavaquinho; e Carlos Mendes, na timba.
As homenagens do Projeto “Ilustres Tatuianos” serão para o músico Roque Bráulio Correa Antunes, mais conhecido como Roquinho. A exposição de fotos sobre a vida de Roque ficará disponível para visitação no Museu até o dia 15 de outubro, sempre de terça-feira a domingo, das 9h às 17h.
A entrada para prestigiar o evento é franca. O Museu Histórico “Paulo Setúbal” fica localizado na Praça Manoel Guedes, n° 98, Centro. Mais informações podem ser obtidas pelos e-mails educativo.paulosetubal@gmail.com e museupaulosetubal@gmail.com ou pelo telefone (15) 3251-4969.
SOBRE O HOMENAGEADO
Roque Bráulio Correa Antunes nasceu em Tatuí, em 1º de outubro de 1945. Filho de José Correa Antunes e Adelina Rodrigues Antunes, é casado com Maria Benedita Camargo Antunes com quem possui 3 filhos, Claudia, Alex e Anadelli, que lhe deram 11 netos e 2 bisnetos.
Na década de 1970 iniciou sua vida empresarial, criando o restaurante “O Casarão”, na esquina da Rua Santa Cruz com a Rua Cel. Aureliano de Camargo. Uma década depois (1980), criou o “Skina Restaurante”, na esquina da Rua Capitão Lisboa com a Rua XV de Novembro. E, no fim dos anos 80, abriu o “Palácio Restaurante”, a “Sorveteria Kikilo” e o “Roque Burguer”, na Praça da Bandeira, nº 111. No ano de 2003, Roque se aposentou.
De 1979 a 1987, exerceu a função de líder comunitário com trabalhos religiosos na então Comunidade São José, na Vila Esperança, organizando palestras, encontros comunitários e procissões, além de ser o responsável pela fundação do Grupo de Jovens JURAC. Com seu espírito comunitário, contribuiu com a construção da nova igreja dedicada a São José Operário. No local, em um momento de espiritualidade, introduziu a nova imagem do santo padroeiro, seguindo orientação do Monsenhor Teotônio dos Reis e Cunha (in memorian). A Igreja Católica da Vila Esperança deu – e dá – muitos frutos para o povo daquela região de Tatuí. Atualmente ela é intitulada como Paróquia Santuário São José Operário.
Foi sócio-fundador do “Rotary Club Nascer do Sol”, presidiu o mesmo na gestão 1986/1987 e foi companheiro Paul Harris Safira, da Fundação Rotária. O referido clube foi extinto posteriormente.
Roque possui mais de 20 anos de atuação na Rádio Tatuiense, com programas de grande audiência nas décadas de 1970, 1980 e 1990, entre eles, Bom Dia Roceiro, Prelúdio Sertanejo, Show da Tarde e Repórter da Cidade. Realizou coberturas jornalísticas de várias eleições, diversas entrevistas com autoridades da cidade e criou o primeiro campeonato de pesca com transmissão direta e prêmios ao vencedor. Fez a cobertura jornalística da chegada do corpo do piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna da Silva no Brasil, até o seu sepultamento; na época, motivo de grande audiência na Rádio Notícias. Foi o “homem do tempo” – uma novidade no rádio tatuiano – com informações meteorológicas prestadas pelo engenheiro agrônomo Armando Pettinelli, ao vivo da Estação Experimental de Tatuí.
Formou seu primeiro conjunto musical no ano de 1962, denominado “Trio da Lembrança”, com Pedro Franco e Erasmo. O trio chegou a gravar dois compactos, sendo um simples com as músicas “Vou me embora” e “Santo da Canoa”, e outro duplo com as canções “Ranchinho da Serra” e “Noite Negra”. Em 1967, com a saída de Pedro Franco e a entrada de Nelci, o trio passou a se chamar “Os Arapongas da Serra” e gravou um compacto duplo e um LP, produzido por Nono Basílio (produtor de renome no meio artístico nacional), pela Gravadora Copacabana, com o selo “Sabiá”. O trio participou, por mais de um ano, do Programa Geraldo Meireles, na Rádio Gazeta de São Paulo. Anos depois, em 1971, foi o cantor Erasmo quem deixou o trio e o cantor Valmir passou a fazer parte do grupo que permaneceu com mesma denominação: “Os Arapongas da Serra”. Composto por Valmir, Nelci e Roquinho, o conjunto gravou um LP pela gravadora Gravodisc, perdurando até o ano de 1976.
Ocorreu um hiato na vida artística de Roque até o ano de 1981, quando então ele formou um novo trio sertanejo, “Os Paladinos”, com Neimar e Armando. Juntos, gravaram um LP na Gravadora 3M, sob a direção de Moacir Machado, com arranjos do maestro Itapuã. Foram os precursores da música country no meio sertanejo, onde regravaram neste estilo diversas músicas, como: “Saudades de minha terra”, “Boiadeiro errante”, “Meus dias felizes” e “Prisioneiro do amor”. Apesar do sucesso, o trio teve uma carreira curta. Na percepção dos apreciadores do grupo, os membros não acompanhavam a energia que radiava do músico e acordeonista Roquinho, que estava sempre na vanguarda, se relacionando com famosos do meio artístico paulista, de rádios, jornais e TV’s. Vale ressaltar que naquela época tudo era mais difícil, pois a aceitação musical regional sertaneja não era tão influente como hoje.
No começo da década de 1980, chega a Tatuí o casal Mingo e Julinha, filhos de Olegário Almeida, amante da música sertaneja e tocador de sanfona. Pela vivência que Roquinho mantinha no meio sertanejo paulista, o pai do casal inflamou o desejo de vencer no meio artístico, aceitando formar um grupo musical. Surge então, o trio “Mingo, Julinha e Roquinho” que, por onde se apresentavam, eram reconhecidos e admirados pelas interpretações sempre seguras e carismáticas. Devido ao conhecimento e a amizade na classe dos artistas famosos, o amigo Geraldo Meireles – grande produtor, divulgador, radialista e apresentador de programas de rádio e TV -, conseguiu introduzir o trio no programa de TV “Canta Viola”, naquele momento na TV Record. Já na primeira apresentação, foi uma explosão de aplausos. Nesse mesmo programa, foi criado um concurso de novos talentos, onde o trio participou com cerca de 52 inscritos, sendo o grande vencedor. Surgiu assim o “Trio Maravilha”.
Dessa memorável data, muitas outras apresentações foram aparecendo até que foi pela influência do “Marechal da Música Sertaneja”, Geraldo Meireles, que o trio conquistou um contrato na Gravadora Continental. O grande amigo Oscar Nelson Safuán, maestro famoso por arranjos de músicas de Roberta Miranda, Milionário e José Rico, e outros, foi o responsável pelos arranjos do LP do “Trio Maravilha”, no ano de 1985. Por problemas familiares, o conjunto foi desfeito.
Como cantor e fazendo a segunda voz da dupla “Edu Roque e Rafael”, no ano de 1988 Roquinho gravou, pela Gravadora Tocantins, que na época pertencia a dupla Liu & Leo, um LP série Ouro da gravadora, com arranjos de Oscar Sufuán e do maestro Itapuã. Em 1993, Julinha estava ausente dos palcos e, pela amizade que os unia, surge o Duo “Edu Roque e Julinha”.
Produziu uma dezena de produções discográficas, entre elas: o LP de João Sampaio, antigo padre da Paróquia Santa Cruz; um LP e um CD do famoso cururueiro e compositor Luizinho Rosa (in memorian); e um trabalho para o conjunto musical católico “Servos da Rainha”, dirigido por Quincas Fernandes. Outro trabalho marcante foi a produção de um LP e um Cd do famoso seresteiro Roberto Rosendo de Camargo (in memorian). Além disso, também produziu três trabalhos em CD com a dupla “Edu Roque e Cassiano”, além de ter produzido para duplas de Boituva, Cerquilho, Itu e Porto Feliz.
Fez parte da produção do programa “Rincão Brasileiro”, da TV Bandeirantes, nas décadas de 1980 e 1990.
Compôs mais de 100 músicas, sendo 75 delas já gravadas por diferentes artistas.
Desde o ano de 1996 é membro do Conselho de Segurança da Comunidade – CONSEG, órgão ligado à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, sendo o presidente desta atual gestão.
Atualmente, Roque Bráulio trabalha na Secretaria de Fazenda, Finanças, Planejamento e Trabalho da Prefeitura de Tatuí.