A “80ª Semana Paulo Setúbal” começou nesta segunda-feira (1º de agosto), com o lançamento e a noite de autógrafos do livro “Botão do Pânico”, do jornalista Ivan Camargo, no Museu Histórico “Paulo Setúbal”, da Prefeitura de Tatuí.
Além de compor a programação da Semana, a publicação do livro também iniciou as celebrações do centenário do jornal “O Progresso de Tatuí”, o qual Camargo é proprietário e editor-chefe desde 1995.
“Botão do Pânico, sexto livro assinado pelo jornalista, é composto por uma coletânea de contos de humor, cujo o principal conto, que dá nome à publicação, remete ao aumento expressivo de casos de agressão contra as mulheres durante a pandemia de Covid-19. Para coibir este tipo de crime, mesmo antes do surgimento da doença, a cidade já ofertava um serviço de proteção às vítimas, por meio do Programa “Patrulha da Paz”.
Este Programa oferece o suporte para a vítima por meio do “Botão do Pânico” que, quando acionado, no celular, pela mulher agredida, garante a rápida ação da GCM em seu socorro. Inclusive, na solenidade de lançamento do livro, o montante arrecadado com as vendas dos exemplares foi destinado ao Programa “Patrulha da Paz”, idealizado pelo Poder Judiciário e pela Guarda Civil Municipal de Tatuí (GCM).
O livro ainda tem a função de ser mais uma forma de denúncia “impressa” contra esse tipo de crime de violência contra às mulheres, considerado um dos mais dramáticos da atualidade, tão negativamente impacto pela pandemia.
No conto principal do livro, são apresentados relatos verdadeiros de abuso, para apresentar uma situação de agressão doméstica de maneira ficcional, porém, buscando retratar de maneira fidedigna essa realidade tão dramática, estimulada pelo isolamento social. Outras histórias também são retratadas: de sequestro, estelionato, decepções, superações e até uma adaptação de “Romeu e Julieta” aos tempos do atual extremismo; tudo em meio a muito ódio e amor. Também é apresentado no livro o relacionamento entre casais – o amor em particular ou a falta dele – que perpassa todas as demais narrativas, sustentando um aspecto em comum em toda a série de histórias da publicação.
O prefeito Miguel Lopes Cardoso Júnior prestigiou o evento e parabenizou o jornalista. “Como estamos no ‘Agosto Lilás’, mês de combate à violência contra a mulher, o assunto do livro é muito pertinente, ainda mais porque destaca o trabalho da “Patrulha da Paz”, um projeto pioneiro de Tatuí, da nossa Guarda Civil Municipal em parceria com a Justiça Restaurativa”, destacou o chefe do poder executivo.
O livro “Botão do Pânico”, do jornalista Ivan Camargo, recebeu recursos por meio do Edital de Cultura nº 02/2021, Concessão de Prêmios Inciso III da Lei Aldir Blanc (LAB), e conta com o apoio cultural da Prefeitura de Tatuí.
Vale mencionar que, até o dia 07/08 (domingo), diversas atividades culturais serão realizadas como parte integrante desta “80ª Semana Paulo Setúbal”, em diversos equipamentos públicos do município.
Sobre o autor – Ivan Camargo é jornalista e pós-graduado em Comunicação Social. Entre 1992 e 1994, editou o “Stopim”, um tabloide de humor inspirado no lendário carioca “O Pasquim”. Em 1995, assumiu a direção de “O Progresso de Tatuí”, jornal centenário no interior de São Paulo, fundado em 1922.
Em 2008, lançou seu primeiro livro, o romance “Onde Moram os Tatus”, que recebeu duas premiações nacionais pela União Brasileira de Escritores (UBE) e uma estadual, entre estas, a seleção pelo ProAC.
Nesse mesmo ano, somou duas distinções no II Prêmio de Literatura UBE/Scortecci. Além da menção honrosa a “Onde Moram os Tatus”, foi o vencedor desse concurso com a peça teatral “O Cativeiro”. Em 2009, também pelo ProAC, lançou o segundo romance, “Assombrações Caipiras”.
Pela UBE do Rio de Janeiro, em 2011, conquistou a primeira colocação na categoria “Teatro” do Concurso Internacional de Literatura, com a peça “Até que a Morte nos Enlace”. Em 2013, pelo mesmo certame, alcançou a terceira colocação, com a peça “Santa Casa da Luz Vermelha”.
Em 2017, teve a publicação do primeiro livro de contos, “Golpe Baixo”, uma coletânea de textos de humor “quase apolíticos e nada corretos”, que satirizava os extremismos já em êxtase no país.
Entre roteiros e textos dramatúrgicos encenados e “na gaveta”, ainda escreveu diversos curtas-metragens, um longa para cinema como estudo de conclusão da pós-graduação (adaptação do romance “Clara dos Anjos”, de Lima Barreto) e adaptações para teatro, entre as quais, “Priscila: a Rainha da Caatinga” e “Vovó Delícia”, de Ziraldo.