No sábado (24/11), das 12h30 às 16h, na Praça da Matriz, a Prefeitura de Tatuí, através das Secretarias de Educação e de Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, realizará um evento comemorativo ao Dia daConsciência Negra, celebrado no dia 20 deste mês.
As escolas municipais de Educação Infantil e de Ensino Fundamental da Rede Municipal de Educação farão apresentações de danças e músicas da cultura africana.
O Programa Escola da Família participará com a sua tradicional Pintura Facial para as crianças.
Além disso, haverá uma apresentação do Coral Africano de Hortolândia, a convite do professor José Mesquita Santos, e um desfile de roupas africanas.
Um pouco de história – O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado, no Brasil, em 20 de novembro. Foi instituído em âmbito nacional mediante a lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A ocasião é dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
Tatuí seria uma das primeiras cidades do Brasil a libertar seus escravos mesmo antes da Lei áurea, oficialmente Lei Imperial n.º 3.353, sancionada em 13 de maio de 1888. Essa situação é apontada nos livros dos historiadores Renato Ferreira de Camargo e Christian Pereira de Camargo. Segundo seus trabalhos, graças ao advogado e jornalista Antonio Moreira da Silva, natural de Sorocaba e que aqui fixou residência em 1878, oriundo de Itapetininga. Tinha na ocasião 27 anos de idade.
A pesquisa dos historiadores indica que em 1887 a Comarca de Tatuí escreveu a mais bela página de sua história. Nesta época, corria por todo o Brasil intensa propaganda em prol a libertação dos escravos e, liderando o movimento, nesta região, o democrata Moreira da Silva, "batalhador incansável em benefícios de todas as idéias alevantadas", segundo registrou João Netto Caldeira, em seu "álbum de Tatuhy", editado em 1934.
Como conseqüência de reuniões, meetings e conferências pró-abolição da escravatura – promovidas por Moreira da Silva – em 1887 (um ano antes da edição da Lei áurea), já não havia escravos em Tatuí, "ecoando a notícia por todo o País como a demonstração eloqüente da grandeza de alma e do alto espírito de solidariedade humana dos tatuienses", diz o "álbum de Tatuhy".
A publicação histórica da Década de 30 ainda destaca em suas páginas o dia 13 de maio de 1888, quando em Tatuí se comemorou a abolição da escravatura: "… a nossa população recebeu, por entre estrondosas manifestações de júbilo, a notícia da queda da escravatura, realizando-se imponentes festas orientadas por Moreira da Silva, embora aqui de muito não existissem cativos".
Sem dúvida, esta proeza conseguida por Tatuí, que antecipou-se à Lei áurea em um ano, fez história. O grande vitorioso nesta causa, sem dúvida, foi Moreira da Silva e seus seguidores. Moreira advogou, muitas vezes, gratuitamente em favor de escravos, para que estes obtivessem a liberdade.