O Museu Histórico "Paulo Setúbal", da Prefeitura de Tatuí, realizará no dia 2 de março, sexta-feira, às 19h, a abertura oficial da exposição "Entre Lâminas e Pincéis", do médico e artista plástico José Carlos Cupperi.
A exposição é formada por desenhos, dobraduras, recortes e aplicações, formando o equilíbrio entre as cores e as formas nos painéis e telas que há dois anos Cupperi vem reproduzindo para compor suas obras. Essas obras tiveram início por meio do papel sulfite branco e passaram para o papel espelho colorido.
Há 12 anos desenvolvendo a técnica da dobradura e recorte, Cupperi reuniu milhares de recortes de diferentes formas entre si. O artista contabiliza em seu acervo mais de 3.500 crucifixos recortados, com características diferentes um do outro. A delicadeza no confeccionar um recorte está no olhar aguçado do artista que, desde criança, teve grande apreço pela arte portuguesa, utilizada pela avó materna Maria Joana para enfeitar as prateleiras dos armários e cristaleiras. Com o passar dos anos, o interesse pela reprodução da técnica foi tomando forma e, de um único plano, o artista foi desenvolvendo habilidades para traçar mais planos em um mesmo recorte, ora com bisturi, ora com estilete, ora com tesoura, produzindo centenas de formas.
Como um trabalho incentiva o desenvolvimento de outro, ele foi aguçando a curiosidade em colar essas diversas formas em um mesmo painel, em uma mesma obra, equilibrando as cores e as formas em uma composição que reflete a composição do artista. O resultado são obras que criam sentimentos dos mais diversos a quem as apreciam e que podem servir para compor os mais diversos ambientes.
O público poderá visitar a exposição, gratuitamente, entre os dias 03 de março e 06 de maio, de terça-feira a domingo, das 9h às 17h, no Espaço de Exposições Temporárias do Museu Histórico "Paulo Setúbal", situado na Praça Manoel Guedes, nº 98. Mais informações pelo telefone (15) 3251-4969.
José Carlos Cupperi – Médico formado pela Universidade Federal do Paraná, antes mesmo de ingressar na faculdade já se interessava pela pintura. Seu primeiro quadro, de 1965, foi pintado sem estudo algum, sendo o artista um autodidata que sempre buscou desenvolver diversas técnicas. Essas habilidades, e o olhar artístico, o levaram a especialização em cirurgia plástica no Rio de Janeiro, na década de 70.
Durante anos sua principal técnica foi o óleo sobre tela. No final da década de 90, por passatempo, começou a recortar papéis. O que era uma brincadeira de infância foi desenvolvendo incrivelmente e evoluindo a cada "brincadeira". Com essa técnica começou a recortar e usar desses recortes para desenhar joias, onde sua principal atenção dotou-se da extrema religiosidade do artista, que tem centenas de recortes de crucifixos.
Em 2015 sofreu um aneurisma e ficou em estado grave. Ao se recuperar, voltou ao seu ateliê com afinco e decidiu juntar as técnicas de recorte de papel usando tesoura e bisturi com a pintura de óleo sobre tela. Aí criou-se a maravilhosa, colorida e alegre coleção que dá nome à exposição.